

Aeroporto de Munique retoma voos após suspensão temporária por drones
O aeroporto da cidade alemã de Munique retomou os voos nesta sexta-feira(3) após várias horas de suspensão devido à presença de drones, o último de uma série de incidentes que têm afetado o tráfego aéreo na Europa.
Os países europeus estão em alerta depois que na semana passada Dinamarca e Noruega fecharam aeroportos após detectar dispositivos deste tipo.
Essas perturbações aumentaram a tensão derivada da guerra na Ucrânia depois que Polônia e Romênia denunciaram em setembro incursões de drones e a Estônia afirmou que três caças russos violaram seu espaço aéreo.
A Rússia nega seu envolvimento, mas a UE propôs um plano para implementar um "muro" antidrone.
O aeroporto de Munique teve que cancelar cerca de 30 voos e 3.000 passageiros foram afetados pelo incidente que começou na noite de quinta-feira e o tráfego foi retomado por volta das 5h50 locais (00h50 em Brasília).
Um porta-voz da companhia aérea alemã Lufthansa declarou que "as operações" foram retomadas e que 19 voos da companhia foram desviados ou cancelados, incluindo três de longa distância. "O aeroporto instalou camas dobráveis e forneceu mantas, bebidas e lanches" aos passageiros afetados em Munique.
Várias pessoas viram drones ao redor do aeroporto por volta das 19h30 GMT (16h30 em Brasília) de quinta-feira e pouco depois a mesma situação se repetiu, o que provocou o fechamento de ambas as pistas por uma hora, informou um porta-voz da polícia à AFP.
As autoridades alemãs lançaram uma operação para identificar a origem dos dispositivos e helicópteros da polícia foram mobilizados, mas um porta-voz indicou que "não há informações disponíveis sobre o tipo e o número de drones".
- "Muro de drones" -
O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, alertou na quinta-feira a Europa sobre as recentes incursões com drones que, segundo ele, mostram que Moscou busca "escalar" sua agressão que começou com a invasão desta ex-república soviética em fevereiro de 2022.
A Alemanha está em alerta máximo depois de informar que uma série de drones sobrevoou o país na semana passada, incluindo locais militares e industriais. O ministro do Interior, Alexander Dobrindt, declarou que o país precisa "encontrar novas respostas para esta ameaça híbrida", incluindo a possibilidade de abater os drones.
A primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen, afirmou na semana passada que o país foi "vítima de ataques híbridos", em referência a uma forma de guerra não convencional. Frederiksen também disse que apenas um "país constitui uma ameaça à segurança da Europa: e esse país é a Rússia".
Moscou rejeitou "veementemente" seu envolvimento, e o presidente russo, Vladimir Putin, acusou a Europa de fomentar a "histeria" para justificar o aumento dos gastos militares.
Os 27 estados do bloco da UE reuniram-se na quinta-feira em Copenhague e discutiram o plano de reforçar a defesa com um "muro antidrone".
Os Estados Unidos enviaram sistemas de defesa antidrone à Dinamarca, informou na terça-feira o Ministério da Defesa dinamarquês.
A Otan "intensificou a vigilância" no Báltico após as incursões no espaço aéreo.
B.Diederich--LiLuX