

Emissários de Trump vão ao Egito para fechar negociação sobre reféns com o Hamas
Dois emissários do presidente americano, Donald Trump, se dirigem ao Egito neste sábado (4) para concluir os diálogos sobre a libertação dos reféns na Faixa de Gaza, informou a Casa Branca, após o anúncio do Hamas de que estava disposto a libertá-los.
Ao mesmo tempo, o exército israelense anunciou que continuaria com suas operações no território palestino, apesar dos apelos de Trump e das famílias dos reféns para cessar os bombardeios imediatamente.
O enviado americano Steve Witkoff e o genro de Donald Trump, Jared Kushner, se dirigem ao Egito, mediador da guerra em Gaza, para concluir as modalidades de libertação dos reféns, declarou à AFP um funcionário da Casa Branca sob a condição do anonimato.
Neste sábado, Trump advertiu o Hamas que não "vai tolerar nenhum atraso" na negociação do seu plano.
Também neste sábado, um veículo de imprensa vinculado ao serviço de inteligência egípcio confirmou os diálogos indiretos entre o Hamas e Israel no domingo e na segunda-feira no Cairo.
O objetivo será "debater a organização das condições no terreno para o intercâmbio de todos os detidos e presos, de acordo com a proposta de Trump", reportou a Al-Qahera News.
Na sexta-feira, o movimento islamista palestino se declarou disposto a iniciar negociações imediatas para a libertação dos reféns e o fim da guerra que há quase dois anos assola a Faixa de Gaza.
O presidente americano pediu, então, a Israel para "deter imediatamente os bombardeios em Gaza para que possamos tirar os reféns de forma rápida e segura".
Mas pelo menos 31 pessoas morreram neste sábado em ataques israelenses no território palestino, segundo Mohamed Abu Salmiya, diretor do hospital Al Chifa, na Cidade de Gaza.
Segundo ele, pelo menos 26 pessoas morreram nesta cidade do norte do território, onde as forças israelenses lançaram em 16 de setembro uma grande ofensiva, que obrigou centenas de milhares de pessoas a fugir.
"A intensidade (...) dos bombardeios israelenses sobre Gaza permanece inalterada, com ataques aéreos, fogo de artilharia e disparos de drones", declarou Mohamed Al-Moughayyir, da Defesa Civil, organização que opera sob a autoridade do Hamas.
O exército, que controla aproximadamente 75% da Faixa, quer se apoderar da Cidade de Gaza, que considera o principal reduto do Hamas.
Em Israel, o Fórum de Famílias dos Reféns apoiou o apelo americano pelo fim imediato da guerra.
Em Gaza, os habitantes também comemoraram o chamado do presidente americano, "o único capaz de obrigar Israel a obedecer e pôr fim à guerra", disse Sami Adas, um homem na faixa dos 40 anos, que mora em uma tenda com sua família no oeste de Gaza.
O plano americano prevê um cessar-fogo, a libertação dos reféns no prazo de 72 horas, a retirada gradual do exército israelense de Gaza, o desarmamento do Hamas e o exílio de seus combatentes.
Também contempla a criação de uma autoridade de transição formada por tecnocratas sob a supervisão de Donald Trump e a mobilização de uma força internacional. No entanto, exclui qualquer papel do Hamas "na governança de Gaza".
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse apoiar o plano de Trump, anunciado no fim de setembro, mas depois afirmou que seu exército permaneceria na maior parte do território palestino.
Os reféns foram sequestrados durante o ataque sem precedentes do Hamas ao território israelense em 7 de outubro de 2023, que desencadeou a guerra em Gaza.
Israel jurou destruir o movimento islamista e lhe nega qualquer papel no pós-guerra.
O ataque de 7 de outubro de 2023 provocou a morte de 1.219 pessoas do lado israelense, civis em sua maioria, segundo um balanço da AFP com base em dados oficiais. Das 251 pessoas sequestradas naquele dia, 47 seguem mantidas reféns em Gaza, das quais 25 teriam morrido, segundo o exército.
A ofensiva em represália lançada por Israel deixou pelo menos 67.074 mortos em Gaza, também civis na maioria, segundo dados do Ministério da Saúde do Hamas, considerados confiáveis pela ONU.
V.Reding--LiLuX